John Horvat
O Supremo Tribunal americano acaba de infligir uma derrota ao movimento transgénero com a sua decisão sobre o caso «Estados Unidos contra Skrmetti». A decisão de 18 de Junho permite que os Estados federados proíbam hormonas para mudança de sexo e operações de mutilação ou «transição» para menores.
Não foi uma vitória total. A decisão ainda permite que alguns Estados promovam mutilações em crianças. No entanto, ela quebra o ímpeto de um movimento que esperava ver as suas utopias correr à solta. Ma s desta vez alguém disse «não» e barrou-lhe o caminho depois de tantos «sims».
Esta vitória parcial na Justiça americana e as recentes derrotas do movimento criam a impressão de que ele perdeu o seu equilíbrio. Nas palavras do advogado deste caso Skrmetti, a decisão de levá-lo ao Supremo Tribunal foi «um dos maiores erros da história do activismo trans».
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As consequências desta decisão inevitavelmente estendem-se a outras áreas do debate sobre «género». Os transgéneros são apenas uma componente do movimento LGBTQ. Para o público em geral, todas essas letras são vistas como causa única. Assim, quando o movimento transgénero é derrotado, ficam comprometidos todos os avanços da sigla «LGBTQ».
Para a oposição cristã, essa derrota do LGBTQ encoraja e fornece mais incentivo à luta contra a tirania transgénero e à necessidade de afirmar mais moralidade.
O que torna estes desenvolvimentos tão extraordinários é que eles foram inesperados. Tudo isso aconteceu quando o movimento LGBTQ parecia estar a atingir o auge do sucesso na sua batalha jurídica e cultural para impor os seus transviados estilos de vida ao público em geral. A comunicação social, Hollywood, as universidades, o governo e até mesmo as igrejas estavam a postos para superar quaisquer obstáculos que se colocassem no caminho da aprovação. As pesquisas indicavam níveis crescentes de simpatia pela causa.
Há alguns anos, as coisas pareciam correr lindamente para o movimento. Mas agora, o que antes parecia tão seguro, está novamente em discussão — até mesmo o «casamento» entre pessoas do mesmo sexo está a enfrentar desafios.
Perturbando o equilíbrio
A maioria dos observadores concorda que os radicais trans perturbaram repentinamente o equilíbrio do seu próprio movimento ao insistirem na implementação da sua agenda extremista. Eles quebraram todas as regras do activismo social ao visar especialmente as crianças. Não esperaram pelas mudanças graduais que outros fizeram antes deles. De repente, abandonaram uma agenda oculta para mostrarem um programa dolorosamente claro.
Nas escolas, os pais americanos tiveram que enfrentar professores e drag queens extravagantes, que insistiam em ler livros pró-LGBTQ aos seus filhos, sem possibilidade de recusa. As alunas foram forçadas a usar vestiários com rapazes transviados e a competir em provas desportivas em que eles passaram a ser admitidos e que injustamente ganhavam.
Nas eleições de 2024, foi factor determinante para a derrota dos democratas a excessiva atenção dada aos direitos dos transgéneros. Com isso, o Partido Democrata perdeu credibilidade perante o povo americano, afirmando-se mais com um grupo específico de certas pessoas.
Grande parte do público americano indignou-se com tal atitude e rejeitou a maciça propaganda trans que ainda por cima era destinada a beneficiar as suas cadeias de lojas e marcas de cerveja.
Crise nas fileiras
A crise está a causar pânico e confusão em todas as fileiras do movimento LGBTQ. Todos estão a tentar explicar o que aconteceu e a procurar um bode expiatório.
Promotores do movimento, como o The New York Times, esforçam-se agora para encontrar desculpas, apontando o dedo aos «políticos de direita» e até mesmo à «cobertura tendenciosa da comunicação social» (certamente não a sua própria) pela derrota. Muitos activistas sentem, com razão, que essa derrota abre as portas para novos desaires.
De facto, logo após a decisão sobre este caso Skrmetti, o Supremo Tribunal pronunciou-se sobre o caso Mahmoud v. Taylor a favor dos direitos dos pais no sentido de permitir que nas escolas as crianças optem por não participar na leitura obrigatória de livros com temáticas LGBTQ, por se tratar de uma prática que equivale a doutrinação.
O declínio acentuou-se em 2025, com muitas empresas liberais a retirar o seu apoio aos eventos do «orgulho gay», enquanto outras se retraem por temerem boicote. Para alguns sectores, a comunidade LGBTQ passou a ser vista como tóxica, conforme denuncia a grande diminuição dos eventos e desfiles no passado mês de Junho.
(Continua na próxima semana)
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Parte II
Parte III
Fonte: Return to Order