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A obsessão da Europa pela ecologia e pela igualdade está a levar a sua economia ao limite

24 de Setembro de 2025

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A obsessão da Europa pela ecologia e pela igualdade está a levar a sua economia ao limite

Gary Isbell

 

O compromisso inabalável da Europa com o igualistarismo e com a agenda verde está a causar o seu declínio económico. Se as tendências actuais persistirem, as projecções sugerem que, até 2035, o rendimento per capita da União Europeia será metade do rendimento per capita dos Estados Unidos.

Os EUA estão prestes a ultrapassar os 100 000 dólares em rendimento per capita, enquanto grande parte da Europa poderá permanecer estagnada em cerca de 50 000 dólares. A causa não é a falta de recursos mas o peso combinado das iniciativas ecológicas e do igualitarismo socialista. As regulamentações ecológicas estão a estrangular a produtividade e os programas de assistência social inflacionados estão a dissipar a riqueza. São agendas ineficazes que sufocaram a inovação e o crescimento económico.

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Alemanha: exemplo de fracasso da energia verde

As políticas energéticas da Alemanha servem como alerta para mostrar como políticas inadequadas entram em conflito com a realidade. Nos últimos 15 anos, o país investiu pesadamente em fontes renováveis, como as energias solar e eólica, enquanto desactivava as suas centrais nucleares, geradoras de energia limpa. A Alemanha tem agora as tarifas de electricidade mais altas da Europa e as suas indústrias estão em queda livre.

A electricidade alemã é agora quatro vezes e meia mais cara do que nos Estados Unidos. Para muitas indústrias, incluindo gigantes globais como a Volkswagen e a Mercedes-Benz, este custo é insustentável.

Há indústrias inteiras a mudar-se, causando efeito dominó de colapso em pequenas e médias empresas. Tudo isto ocorre porque o prometido futuro verde não se concretizou. Ironicamente, a Alemanha ainda depende fortemente do carvão para preencher as suas grandes lacunas energéticas.

 

A realidade das energias renováveis

As energias renováveis representam actualmente 55 a 60% da produção de electricidade da Alemanha. Embora isso pareça progresso, não é bem assim. As energias solar e eólica são, por natureza, pouco fiáveis. A Alemanha enfrenta o que se denomina «Dunkelflaute», que se traduz como «período escuro, calmo e sem ventos».

Durante esses períodos de vento fraco e menor luz solar, a energia renovável não consegue atender à demanda. Por exemplo, em 12 de Dezembro de 2024, as energias eólica e solar combinadas da Alemanha supriram apenas 3,3% das necessidades energéticas do país. Quando essas deficiências ocorrem, quem salva o dia é o bom e velho carvão.

Infelizmente, a Alemanha eliminou gradualmente as suas centrais nucleares que poderiam ter sido uma fonte de energia estável, fiável e com baixas emissões de carbono durante o «Dunkelflaute».

A ironia tem uma peculiar maneira de se rir dos imprudentes. Apesar dos esforços hercúleos para apaziguar os fanáticos ecológicos, a Alemanha afinal ainda tem a maior pegada de carbono da Europa em termos de emissões totais e per capita.

Isso porque ela usa carvão e lignite (que estão entre as fontes de energia mais poluentes) para preencher a lacuna sempre que falham as energias eólica e solar. Assim, essa chamada revolução da «energia limpa» não é apenas cara, mas também contraproducente, pois não consegue produzir energia limpa, confiável e abundante.

 

O custo da transição da Alemanha

Essas escolhas políticas tornaram a Alemanha num exemplo do que não se deve fazer no sector energético. O sistema energético do país é frágil e insustentável, produzindo os seguintes efeitos desastrosos:

  • Preços disparados: as empresas alemãs pagam custos de electricidade significativamente mais altos do que muitos dos seus concorrentes. Para indústrias que dependem de processos intensivos em energia, como a manufactura, isso não é apenas um inconveniente. É uma sentença de morte.
  • Os preços da electricidade industrial na Alemanha rondavam os 38 cêntimos de euro por quilowatt-hora em 2025.
  • Os preços da electricidade industrial nos EUA eram muito mais baixos, custando às empresas cerca de 8,2 cêntimos de euro por quilowatt-hora em 2025.
  • Os preços da electricidade industrial na China rondavam os 8 cêntimos de euro por quilowatt-hora em 2025 (geridos activamente pelo Partido Comunista Chinês para manter os preços baixos e garantir a competitividade industrial).
  • Desindustrialização: gigantes globais como a BASF e a Volkswagen estão a reduzir as suas operações ou a mudar-se. Entretanto, empresas mais pequenas nas suas cadeias de abastecimento estão a entrar em colapso ou a mudar-se.
  • Perda de autonomia energética: as políticas da Alemanha prejudicam a sua independência energética. A dependência excessiva de fontes não confiáveis deixa o país vulnerável a pressões externas, incluindo tensões geopolíticas.

A experiência da Alemanha destaca uma verdade fundamental sobre a política energética: boas intenções não são suficientes. Ideias grandiosas devem ser acompanhadas por uma compreensão clara da praticidade e da relação custo-benefício.

 

O igualitarismo socialista mata as economias

A segunda obsessão da Europa é a sua busca pela imposição da igualdade às suas populações. A obsessão pela igualdade funciona sempre como uma cortina de fumo para o socialismo. Sob o pretexto da redistribuição igualitária da riqueza, o socialismo rouba quem trabalha para dar a quem não trabalha.

A comparação entre os EUA e a UE não poderia ser mais dramática. Entre 2010 e 2023, o PIB per capita dos EUA aumentou para 82 769 dólares, quase o dobro do da Europa, que foi de 45 130 dólares.

Os Estados Unidos avançaram graças a uma taxa de crescimento anual do PIB de 2,2%, ganhos significativos de produtividade, custos operacionais mais baixos e aumento dos gastos com pesquisa e desenvolvimento.

Em contraste, a Europa avançou lentamente, com um crescimento de 1,3%, com uma melhoria lenta da produtividade e uma força de trabalho em declínio, que tem vindo a perder anualmente quase um milhão de pessoas em idade activa.

Os vinte e um principais países da União Europeia impõem um «imposto marginal» sobre rendimentos elevados (taxa de imposto progressiva) que varia entre 51,14% e uns impressionantes 73,22% sobre os seus contribuintes com rendimentos mais elevados. É o privilégio que se dá a quem produz mais riqueza!

Sob regimes socialistas, capitais de investimento significativos e fundos de risco não podem materializar-se em economias onde a riqueza é fortemente regulamentada e penalizada a cada passo. Nos EUA, empresas como NVIDIA, Microsoft, IBM e Tesla podem investir milhares de milhões em projetcos ambiciosos porque existe um sistema que permite a acumulação livre de capital, impulsionado por investidores confiantes nos retornos potenciais. No entanto, com a sua política actual, a Europa desestimula o ambiente propício à geração desse tipo de capital.

 

Aviso grave para o futuro da Europa

A obsessão da Europa pelo igualitarismo tem tido um custo elevado, limitando o potencial económico na busca de objectivos socialistas utópicos. Se a Europa continuar na sua trajectória actual, o seu declínio deixará de ser uma possibilidade para se tornar em legado definitivo.

À medida que a Europa entra em declínio económico, também enfrenta um risco real de perder a sua influência em tecnologias essenciais que moldarão as economias futuras. Ainda mais preocupante é o facto de o progresso em inteligência artificial, computação quântica e biotecnologia — tecnologias de dupla utilização com importantes implicações na defesa — estar a ficar fora de alcance.

A história mostra que as economias e as sociedades podem adaptar-se rapidamente se obsessões como estas forem descartadas. Assim, a Europa deve abandonar o seu apego romântico às políticas redistributivas e à agenda verde. Precisa de respeitar a desigualdade colocada por Deus na obra da Criação e substituir as suas políticas socialistas por acções lideradas com visão e determinação para enfrentar estes desafios urgentes.

 

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