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A conquista de Jerusalém na Primeira Cruzada

14 de Julho de 2025

Ferrand d\'Almeida

Ferrand d\'Almeida

A conquista de Jerusalém na Primeira Cruzada

Em Janeiro de 1099, pouco depois da dificílima vitória em Antioquia, sob um cerco de oito meses, o exército da Primeira Cruzada recebeu finalmente ordem de partida para a Ci­dade Santa. O seu comandante, Raimundo IV de Tolosa, Duque de Narbona, começou a viagem de mais de setecentos quilômetros descalço e vestido como um humilde peregrino.

Com uma força inicial de seis a sete mil cavaleiros e sessenta mil combatentes, o contingente que partiu de Antioquia es­tava agora reduzido a apenas mil e duzentos cavaleiros e doze mil infantes.

A longa e penosa marcha pela Anatólia, as batalhas contra os turcos e o longo cerco de Antioquia, sem dúvida tinham cobrado o seu preço. Mas a expedição prosseguiu e em Maio entrou no território dos Fatímidas, ao norte de Beirute, passando pelas cidades de Sídon, Tiro, Acre e Haifa, onde o contingente recebeu provisões em troca de protecção.

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Chegada a Jerusalém

No início de Junho, a vanguarda do exército cruzado alcançou a estrada para Jerusalém. Tinha agora o alvo ao seu alcance, dois anos inteiros depois do cerco e da libertação de Niceia (actual Iznik, na Turquia). Quando finalmente chegaram aos muros da Cidade Santa, no dia 7 de Junho, os cruzados decerto sabiam que a libertação de Jerusalém não seria empresa fácil. A cidade tinha muralhas duplas e fossos. Os defensores não eram tão numerosos como os cruzados que a sitiavam, mas estavam bem abastecidos.

Ifeticar Adaulá, o governador fatímida, tomara todas as precauções para complicar ao máximo a vida dos cruzados e resistir a um longo cerco. Ordenou que se levassem dos arredores da cidade todos os rebanhos para que eles não pudessem alimentar-se. Envenenou os poços próximos à cidade, forçando os cruzados a transportar água do Rio Jordão e de outras fontes a quilómetros de distância.

Quase uma semana após a chegada, em 13 de Junho, e apesar da falta de equipamento adequado para o cerco, os cruzados decidiram atacar a cidade. Com o uso de apenas uma escada, conseguiram prodigiosamente passar a muralha externa. No entanto, não lograram transpor a muralha interna, sendo forçados a retirar na sequência de numerosas perdas.

Enquanto envidavam todos os esforços para ganhar o dificílimo acesso à cidade sem o equipamento adequado, o Senhor mais uma vez lhes proveu solução. No dia 17 de Junho, seis navios genoveses e ingleses entraram na cidade portuária de Jafa. Carregavam não apenas suprimentos e madeira para os equipamentos de sítio mas também pessoal capacitado para construir torres e armas de cerco adequadas.

A chegada dos navios e a construção do equipamento de cerco aconteceram na hora certa, pois no início de Julho soube-se que um exército auxiliar fatímida estava a caminho, vindo do Egipto e que chegaria a Jerusalém dentro de um mês. Tal como ocorrera em Antioquia, os cruzados precisavam correr contra o tempo.

A 8 de Julho, após um jejum de três dia, os cruzados fizeram uma procissão ao redor da cidade. Foi um acto de notável fé, confiança e coragem, pois caminharam descalços e desarmados, entoando orações e carregando relíquias, incluindo a Lança Sagrada encontrada em Antioquia. Os defensores muçulmanos escarneceram dos cruzados mas, certamente por milagre, nunca irromperam da cidade para acometê-los, precisamente no momento em que estavam mais indefesos. A grande procissão terminou no Monte das Oliveiras, onde Raimundo de Aguilers, Arnulfo de Rohes e Pedro, o Ermitão, encorajaram os guerreiros de Cristo com as suas pregações.

 

O assalto final

Os cruzados atacaram Jerusalém em 13 de Julho, usando torres de cerco e aríetes em dois locais. Godofredo posicionara a sua torre na área norte da cidade, perto do Portão de Herodes e da igreja de Santa Maria Madalena. Essa localização crucial apanhou os defensores de surpresa, enquanto estavam ocupados em remendar uma muralha e, por outro lado, enquanto descarregavam tumultuosamente as suas catapultas contra os cruzados.

O contingente de Raimundo, ao sul, não se saiu tão bem. Sofreu muitas baixas por se ter posicionado próximo à Porta de Sião, ponto defendido por nove das quatorze catapultas da cidade. No entanto, conseguiu manter com o destacamento de Godofredo uma boa coordenação nos ataques, através de uma comunicação por sinaleiros que utilizavam reflectores posicionados no Monte das Oliveiras.

 

Às três da tarde de uma sexta-feira, precisamente na hora da Crucificação, no dia 15 de Julho do ano 1099, Festa da Dispersão dos Apóstolos, os cruzados alcançaram gloriosamente o seu objectivo e entraram na Cidade Santa.

Jerusalém mais uma vez estava em mãos cristãs, 460 anos após sua captura pelas forças de Maomé.

O seu primeiro governante foi Godofredo de Bulhão, que ali recebeu o título de «Defensor do Santo Sepulcro». Este nobre cavaleiro, que se portou heroicamente durante toda a Cruzada, não quis ser coroado rei onde Nosso Senhor Jesus Cristo tinha sido coroado de espinhos.

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